Donde virá o pensamento?
Hoje comi aquele
- macarrão frio
Sorvi aquele
- guaraná sem gás
Lambi aquele
- sorvete melado
Traguei daquele
- cigarro apagado.
E só sorri.
Felizes os dias que vivem de restos felizes.
(ou ao contrário).
Que desejo é esse?
Um longo martírio reprimindo um louco fascínio.
Sentença, condenação, cumprimento de pena, liberdade condicional.
Con
di
cio
nal.
Do que se trata a condição?
Onde se palpa?
Em que caminho mora este moinho?
A que se apressa?
Neste moinho chora um coração
de menino
quando retém a razão.
Chora no solário da porta
um menino franzino
sem medo e sem ninho
por sua afeição.
Espera o menino o caminho
que chegue ao moinho
sem direção
e leve sua dor e seu pranto
num doce canto
aos arredores
do seu amor
sem espanto
e traga com ele e consigo
sereno ou cínico
o doce caminho
da sua aflição.
Eu já disse pra ele parar de chorar!
Mas o menino chora menino franzino de tanto chorar.
Levanta. Deixe que o vento seque tuas lágrimas. Caminha pelo abismo com fé que o caminho abrirá sobre o pé, momento de levitar. Vem, teu solário não precisa de porta. A aflição é fria e morta. Teu sol brilha em todo lugar. Vem, o choro não tem ponteiro, vai pro caminho do meio, o certo será chegar. O resto é duvidoso.
Felizes os restos que vivem de dias felizes.
(ou ao contrário).
Já nem sei qual foi o pensamento que me fez pensar.
O fato é que o resto é fato e que de fato o fato é resto.
O resto é resto.
(ou ao contrário).
Mas de fato é.
COPYRIGHT texto Renata Gabriel
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