Procuro desesperadamente rostos que me dêem repouso.
O que somos nós senão prisioneiros de nós?
Hoje chorei no metrô.
Chorar em público
- bálsamo refrescante para a solidão
- solavancos que o trem não pode evitar
- sacodem o coração
Já não posso impedir.
É confortante chorar no metrô
- onde não se chora
A dúvida engasgada dos passageiros comove e inquieta
à medida que as lágrimas caem
- súbitas
No ritmo do trem.


COPYRIGHT texto Renata Gabriel
imagens do mosaico em copyleft na web

Nenhum comentário: