é marcada a ferro e fogo em tela
é dourada como a barra de tua saia
e é branca na navalha de tua espada
é bordada de vermelho é amarela
como as ondas de tuas águas cristalinas
com a força de teus raios de rainha
minha pele tem o sal de tuas esquinas
é o velho colorido em tuas ruínas
é o mar que seca pávido em colosso
triunfal maldito árido e venenoso
é um cálice de cálido gozoso
um barril de negras tramas misturadas
um covil de meia manga adocicada
minha pele tem o cheiro desse mel
é mareada de teu colorido véu
esses longos teus negros cabelos
sob os ombros peito e cotovelos
com tuas flores tua cor e teu espelho
com tua espada teus trovões e teu marejo
é mareta vinda desse coito esplêndido
minha pele é como rara rasa proa
de caminhos e vertentes que atordoa
marinheiro de passagem em desvario
cai na rede de massagens e carinhos
na semente de teu céu azul marinho
minha pele tem a cor de tua areia
minha pele tem o amor de tua estrela
minha pele tem a flor de tua candeia
chora ri adormece e incendeia
minha pele que se pela no desvio
porque ímpar é a cor de minha pele
minha pele que se esquece desse rio
porque ímpar é o amor na minha pele
COPYRIGHT texto Renata Gabriel
(imagem em copyleft na web)
Nenhum comentário:
Postar um comentário