Há aí nesse povoado pequenas portas tortas
com inúmeros defeitos
e imenso efeito.
Uma saia esvoaça-se sobre o pedal da bicicleta inocente.
Um sapato verde de um limão doce dize-me o caminho a traçar.
Um olhar num relance inesperado encurralado em si
sem se deixar de mim.
E então
um dia
em primavera
três pequeninas damas da noite bailam em minha mão
e em minh’alma.
Mesmo assim desse mesmo jeito
e medo
caminhando vindo e indo
sempre efêmera mente permanecendo.
Em assim vou
sentindo cheiro da dama
e da noite.

 COPYRIGHT texto Renata Gabriel
imagem A Madona de Edvard Munch

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