ainda doem as poesias desperdiçadas neste peito ardente
rolos de papéis perdidos sob a própria límpida lucidez que é quase infame
são manias e defeitos e percalços e despeitos
são momentos que não voltam e despenteiam a cabeleira do pensamento
são momentos.
ide ao mundo e volte
leve e traga este convite
aquele que não dirá sempre será o que deveria ter dito.
ide então
e lamente o véu perdido sobre o vão de lama
mas não volte sem a poesia que te emana
nesta casa onde nenhuma dor proclama
o que o peito arde em chamas em teu louvor e arte
ainda que desperdiçada
ainda que despedaçada
ainda que num jardim sem flor.
COPYRIGHT texto Renata Gabriel

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