Vai! Vai e me conta o que houve. Anda!
Não sei, não sei mais o que me consome aqui. Onde vai parar esse pensamento desdeixoso e feio? Minhas pálpebras pálpebram e eu desisto. Insisto existo. Falta. Fujo.
Finjo coerente e tenro, desconsorte. Penso eliminar etapas de concreto.
Farrapalhas!
Desde que o mundo é mundo o mundo roda. E rodando o capiar há de chegar na frente!
Eu bem sei: tuquimidiscurpimaistemmaisquemsaiperdendo!!!
E tu, quem é?
Mostra teu chifre que eu abro minhas asas! Vem me ver voar...
Voa comigo que voando junto chega mais depressa!
Eu quero chegar mesmo sabendo que o que importa é ir. E vai-se indo sem voltar sempre partindo.
Inclusive eu quero dizer aqui que estou dizendo que dizer tudo não é tudo e mesmo sem dizer nada estou dizendo.
Queria saber o porquê do porquerismo.
Com toda porqueridade.
É coisa de princípio! De berço e de sangue.
Vivo de eira beira e beirol dormindo no passeio. Levo comigo a mardita pra inuviar.
De tanta luz cegou o soleiro. E ainda em pétalas a rosa amurchou. De tanto espinho o roseiral emudeceu.
Mas lembro que o espinho mora sempre embaixo da flor. E há de ter tanta flor que olhando de cima o roseiral vira mar vermelho de espinhos afogados.
Não quero me afogar com eles. Aprendi a boiar só pela metade. Agora só falta o resto!
Anda! Vai dizendo! Vai dizendo que não dá pra parar pra explicar...
(PS: não sei onde andava Guimarães Rosa naquele momento)
COPYRIGHT texto Renata Gabriel
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