ALARME FALSO!!!

Ledo engano.

Um Anjo Perfumado avisa que não se despedirá ainda!

O site hospedeiro do blog não será extinto, como avisado. Um pequeno mal entendido nos fez estremecer por alguns segundos, mas logo foi esclarecido.

Melhor explicação encontrada para a confusão está no endereço:

http://www.elainegaspareto.com/2015/05/e-verdade-que-o-blogger-vai-acabar.html

Portanto, cá estamos e cá permaneceremos...

Quem sabe este desatino não alimenta inspiração para uma triunfante retomada?

Até a qualquer instante! Bjoks

Vim para dizer adeus...

Um Anjo Perfumado avisa que vem se despedir deste endereço, por motivos alheios à sua vontade. O Blogger vai ser extinto, sem um mais nem um menos, em total desrespeito aos seus clientes e parceiros. Nada podemos fazer senão um tal de backup e buscar um novo endereço que nos acolha com carinho sem perigo de extinção. Portanto, em breve, novo endereço será divulgado. Afinal, Um Anjo Perfumado não perecerá...

senão pelo amor.

mar mar mar

se te engolires inteiro
em escândalos de ansiedade
antes mesmo que o sol te deixe
te secaria em sal e saudade.

mas se tomares a ti mesmo
a gotas e contas
no mansinho de tuas ondas sagradas
poderás verter amores
e sorver os sabores
das cores des-molduradas.
COPYRIGHT texto Renata Gabriel

quero dançar poesias justapostas
beijar palavras entrementes
cantar estrofes dissidentes
escrever à mão

com letra miúda e torta
sobre as linhas desta palma em brasa
a história da pequena morta
sob suma terra em pausa
toda comiseração

quero gritar nas esquinas
saltar esquadrias
quebrar as vitrinas
plantar confusão

com filho nos braços
sobre óleo e carvão
sacudir das entranhas
o ouro das minas
o sono das harpas
o cais da ilusão
COPYRIGHT texto Renata Gabriel




Para hoje:

que toda essência seja derramada
que toda complacência seja emanada
que toda resistência seja emancipada
que toda advertência seja observada
que toda efervescência seja conquistada
que toda ausência seja eliminada

no mais
inadvertido é o que olha e não vê
amar é para os que tem coragem
COPYRIGHT texto Renata Gabriel

hoje mal consigo ser poesia.
o tempo que traduz memórias 
se expande quase intacto
ante meu despertar.
que não é nada
e não diz nada
e não quer ser nada.
numa terra onde nada é tudo.
e o tudo, todo.
e o todo, muito.
e o muito, além.
dentro de mim, um raio de sol.
e só.

[apenas uma pequena homenagem a um imenso amor.]
COPYRIGHT texto Renata Gabriel

catavento

tua leveza passou por mim como um raio.
o minúsculo coração que mal cheguei a ouvir
me deteve num sopro de eternidade.
foi um pra sempre em mim
que não retornará,
mas deixará as marcas do tempo
no vento do meu palpitar.













COPYRIGHT texto Renata Gabriel
COPYRIGHT foto Katty Cuel

porque teu nome é João

aqui em mim um presente
pedaço de um deus cego
habitante das terras não pisáveis
deixado num afã do querer
sob as costelas de Adão adormecido
que já não mais me pertence.
virá iluminado pelos sorrisos
dos deuses
e brilhará mundo afora
em mãos com a mãe ar
- aquela que sorri.
a fumaça se expande em círculos
como o tempo que a conduz
e traz de presente o menino
que reinará como luz.
COPYRIGHT texto Renata Gabriel

JOGRAL de geladeira


eeeei
volta
sua alma declara amor
romance sempre loucura
cada desejo envolve profundo êxtase
nenhum mistério deixa cego
COPYRIGHT texto Renata Gabriel
Tudo
a este instante
é como um grande grito
a romper as cercas do infinito.









COPYRIGHT texto e foto Renata Gabriel

metade de mim é uma sombra, metade reflexo n'água
sou pedaço de ninguém à vista de um mar distante
sou fuligem 
um átimo

perpétuo transmutar selvagem
riso gozo miragem

margem
ar
COPYRIGHT texto Renata Gabriel

aquele lugar

era cheio
sempre cheio
de um vazio manso
pronto a enobrecer
n'alma dum pássaro doce
um voo vadio
um pouso menino
um vindo divino
em flecha até mim
a vagar
por este ventre adormecido
e pronto
quente
como o pôr-do-sol
daquele outono
naquele lugar
onde todos os pores são sol
são só
são seus.
COPYRIGHT texto Renata Gabriel

despedida

não
não posso mais poemar-me em ti
se a pele rugosa sob a qual agora te apresentas
aparenta a face de um réptil pronto em bote

não
não posso mais enamorar-me de ti
se a vasta cabeleira enluarada que cobria-te a tez
fez-me prisioneira de tua vaidade em vergalhada 

jamais poderei debruçar-me sobre ti
se teu olhar antes translúcido mancha-se sob as turvas da mentira
a vazar meu gozo por entre milhas de girassóis em pântano

ainda assim
poderei amar-te
mergulhada na cegueira bélica do salto abismal
donde vive o amor
a reciprocidade
e a lembrança de que nada será novamente.










COPYRIGHT texto e foto Renata Gabriel

lua cheia

a luz da lua sobre mim me molha me banha me diz
sou deusa sou santa sou meretriz
me lava me beija me seduz
me leva e deixa sua luz...

revela sem querer partir:
acaba sempre mentindo quem muito precisa omitir!
COPYRIGHT texto Renata Gabriel

vai de reto!

pessoas em cores tardias
pessoas descoloridas
pessoas desbotadas

pessoas de pouca rima
pessoas empobrecidas
pessoas empoadas

pessoas de mal odor
pessoas empedrecidas
pessoas emboloradas

passam pessoas pobres de paz pela passagem de pedra
pairam perplexas por padrões pasteurizados em seu próprio perpétuo.

[de mim nada levam além da intenção de luz
e dedos entrelaçados em cruz]
COPYRIGHT texto Renata Gabriel

insondável presente

sob doce lembrança
aqueles longos olhos
miram o passado
da voz de veludo
que do futuro aponta.

uns sobre os outros
corpos mesclados
de lama
se lambuzam.

e eu
nesta insignificância
permanecerei
presente de ausências
presente na ausência
insondavelmente presente
sob aqueles olhos
na mistura daqueles corpos
vitrais.






COPYRIGHT texto e foto Renata Gabriel



pelo todo inabalável

não mais cantarei a dor dos desamados
nem chorarei a prece dos infelizes
não importunarei o diabo
nem os anjos nas marquises.
ao perturbar a ordem
ou desacatar a lei
sigo caminho
no trilho invertido
desse coração em brasa.
irei sozinho
ainda perdido
às cegas
em santa explosão.
sem culpa
pecado
prece
ou perdão
cantarei as cantigas de roda, as cirandas, a bossa, o samba, o baião.
cantarei ao pé do ouvido partido daquele olhar sentido num longínquo escalão.
cantarei para os que desejam viver, para os que almejam vencer, para os desavisados.
cantarei até que rouca minha voz chegue ao profundo das almas
[das perdidas e das reencontradas]
arrastado pela inabalável certeza
firmemente determinada
diante da lei que me rege:
parte de ti sou eu, parte de mim é tua
e ninguém dentre os mundos poderá levar-nos deste milagre.
COPYRIGHT texto Renata Gabriel

- Prima, Vera chegou.
- Como? Se nem avisou!
- Saiu ontem de lá, disse que vinha, mas não sabia se ia ficar.
- Tem por sorte o caminho que veio traçar.
- Fala que sabe, mas sabe que nada serve falar.
- Entra de banda e de banda sai.
- Lamenta o verão que virá como chora o inverno que foi.
- Planta a semente do amor e depois diz que passou.

- Sei não... mas Prima Vera não anda batendo muito bem das bolas!
COPYRIGHT texto Renata Gabriel

numa intenção há um mundo

e se o grito que agita a liberdade
a estremecer os aprisionados
pudesse estilhaçar as vidraças
das mentes nubladas
ensurdecidas de sol e miragens?

e se a prece contínua e árdua
dos fortes de fé em si
pudesse escancarar os jardins
das sementes mal plantadas
e enluarar a calmaria dos mortos
sob a couraça dos cálidos
em doutrina e migalhas? 

e se o tempo retumbante e mágico
que rege os tempos do agora e do nunca
pudesse reunir passos largos
sobre pés descalços de caminhos
e encorajar chorosos cantantes daninhos
a seguir adiante sorrindo
sem a dor dos maltratados maltrapilhos?

se o grito, a prece e o tempo
num só momento
fossem em si um só
seriam mais que intento
veriam pensamento
trariam argumento
pro sol, pro mar, pro vento
em audaz esperança
transbordarem de si em suor sem medo

e reluzir sorrisos sobre todos os arrependimentos do mundo.
COPYRIGHT texto Renata Gabriel


Salomé em flor

sou a mulher sem véus
dos sete que me foram concebidos.
de que me vale tua cabeça em bandeja
se teu coração em flama arqueja
um sonífero palpitar?
das sete espadas cortantes em meu peito
sete delas me lampejam
em contínuo desejar.
os sete arcos que protegem
o palácio de teu reino
me fascinam, mas impedem
meu coração guerreiro
a teu domínio em desatino
suas flores entregar.
ainda assim, espero
por teu breve despertar
em sete laços
sete ventos
sete amores
tua bruma
em meu mar.
COPYRIGHT texto Renata Gabriel
olha
olha pra ela
olha bem pra ela
pra não mais esquecer
lembra-a suada sobre a telha quente do teu desejo (teu).
ela, sob aqueles sorridentes caninos alvos vorazes

[lembra como ela morde de leve e assopra, antes de sorrir?
pergunta que sorriso é aquele que não te permite olvidar?]

lembra da língua.
ah! a língua.
fecha os olhos
e deixa-te rever os movimentos que ela foi capaz de fazer
para persuadi-lo.(?)

e o sabor da carne?
a carne da boca e sua maleabilidade...

ainda sua lealdade assustadoramente generosa
de estar inteira
e estar presente

em ti.
sob ti.
dentro de ti.

lembra dessa boca?















COPYRIGHT texto e foto Renata Gabriel

inefável

desejo desesperadamente
teu nu atirado no inviolável de mim
quero a plenitude desse incandescente inexprimível
o maior e mais forte abrigo
indecente indizível
aquilo que é
que será
mas não deve ser dito.
COPYRIGHT texto Renata Gabriel

FAZ

quanto a esperar
dessa vida maldita
que faz de mim colombina
ao beijar arlequim enluarado
e sonhar pierrot amado,
qu'inda faz de mim concubina
dum sol acordado à lua num querer fadado?
essa lua em sorriso à minha janela
faz dela
nua nua
num esperar tardio
assaz fugidio
sem pranto nem vela
que faz dela
dela sua.











COPYRIGHT texto Renata Gabriel
imagem em copyleft na web
olha-me.
olha-me assim,
através desta nudez escancarada
que jamais pôde fazer-te reconhecer em ti
cada repetição.
olha-me.
olha-me mais,
que as curvas pela estrada em rugas me causou
é a mesma que te revela espasmos lancinantes.
vê-me.
vê-me inteiro,
e vibra cada manhã ao lado meu
a crispar falidamente o falo de toda recordação.
percebe-me.
e ousa sair de teu próprio ciclo
ao abrir ao mundo teu medo, teu desejo,
teu sonho, teu coração.
olha-te.
vê-te.
percebe-te.
sou eu o teu pouso e o teu céu.
COPYRIGHT texto Renata Gabriel

Sou daquelas!

Porque eu tenho os braços grossos
das mulheres
que agarram o mundo.
Porque não tenho a meiguice
das moçoilas desamparadas
das helenas desperdiçadas
das prenhas abandonadas
das esposas de Maomé.
Porque eu tenho os braços fortes
das mulheres que sabem o que querem,
não daquelas de coração frouxo
e miolo mole.
Sou daquelas de dentes rijos
e sorriso largo,
das que mordem sem piedade
e beijam sem economia.
Porque passo perfume e pego na enxada,
e nos braços de homem só durmo acordada.
Porque vejo a vida como piada
e faço poesia da minha estrada.
Passar batom não é prioridade,
mas se tempo houver,
escolherei o vermelho.
Porque sou daquelas.

E só por isso.
COPYRIGHT texto Renata Gabriel
Hoje eu quero morrer.
Porque morrer é viver ao avesso.
Eu sou o avesso das coisas mortas.
Daquelas deitadas nas prateleiras empoeiradas
Sem por quê.
Eu sou o avesso das coisas que não querem.
Sou o contrário das falas que não pulsam.
Sou o caminho cruzado do destino
Onde toda beleza concedida
Não é capaz de despertar amor.
Palavra morta
Avessa ao tempo
Presa nesse lábio de beijar
Para viver e morrer avessa.
COPYRIGHT texto Renata Gabriel

pra que viver se não sou amada?

vivo o resto da minha juventude
e espero
espero o telefone tocar
espero notícias d'além mar
espero um mail teu
que confirme teu amor
que passa
como os desejos dos homens
por minha juventude
que passa
ser tocada
sem ser amada
é dor que não passa
enquanto espero
espero
espero
espero
e não passa
COPYRIGHT texto Renata Gabriel

chuva do caju

o que fazer se sou verborrágica, prolixa e inconstante?
de que cor me vês senão pela transparência do meu olho de vidro?
chove caju sobre meu telhado
neste ano completo
de um outubro passado
piraoba da tantos maios
tantos bispos
e rosários
loucos bordados
no tempo da vida
que transmita aura
e transfere lida
porque 'louco é um vivo carregado por um morto'
e morta é a chuva que seca a esquina
de meus versos sem cor
sem calço, sem rima.

'um dia eu simplesmente apareci.'
COPYRIGHT texto Renata Gabriel
Alusão à obra de Bispo do Rosário
quero beijar tua luz em mim
ainda que atravesse mares a nado
à correnteza de teus flames.
quero deixar teu calor enfim
para que enterres teu passado
n'água clara
ainda que em negrume enema
arranques de mim tuas sílabas
dissipadas.
quero tua cor aqui
viva e plácida
como o retorno inexorável
da borboleta morta
em teu ombro vívido.
quero tua boca escancarada
para que meus beijos
lúcidos penetrem tua alma lânguida
e corrompam tua insólita e insistente tentativa
de deixar-se à deriva ao afastar-se de mim.
COPYRIGHT texto Renata Gabriel


teu olhar sobre mim me é tão caro
que cada centímetro de minha pele
palpita teu nome
e cada palmo do meu corpo vai além
do beijo teu em meu peito, raro.
e se vieres com D de amor
serei só tua
ainda que nos braços 
de outro alguém.
pois a lembrança de teu cheiro
em minha boca
é esperança de um sonho
num amém.











COPYRIGHT texto e foto Renata Gabriel
que luz é essa em mim
lembrando a aurora de sua vermelhice?
vem de ti ou vai além?
somos dois nesse um partido
mil nessa imensidão minúscula
bússola de meia perna
pérola de meia ostra.

deixa tua luz arder aqui e voa!












COPYRIGHT texto Renata Gabriel
COPYRIGHT foto Katty Cuel

desculpe, mas deu rima.

sendo renata fui clara
quando paula era paula
e renata, clara.
quando renata sou paula
e clara, renata
percebo, apesar do todo
que a questão maior é:

o que vai acontecer quando renata partir?

COPYRIGHT texto Renata Gabriel
Eu tomei chuva
Toda a chuva da Bahia
Tanta chuva
Que desabou sobre mim o universo.
Primeiro veio doce
Tão doce
Que azedou.

Sorte de mim que por estas bandas a chuva lava o azedume do vento.

COPYRIGHT texto Renata Gabriel

Bras(z)il

eu grito
me tomas.
meu grito
te tornas
vencido.
ouve
esse grito
pacífico.
atira
bandeiras
e flores.
nomeia
sem véu
teus amores.
torna esse grito
conciso.
faz desse mito
amigo.
rompa a bomba
audaz.
solte a pomba
da paz.
saia do seu umbigo.









COPYRIGHT texto Renata Gabriel
foto em copyleft na web (autor desconhecido)

do esperado inesperado

quantos sorrisos serão necessários
para esboçar meu canto
no teu canto doce
nesse sonho brando
desse beijo quente
que nem minha voz rouca
ou teu silêncio breve
poderão calar?
são os caminhos
que nos levam juntos
e nos moldam justos
nesse caminhar.
são os motivos
que me trazem tua
que lhe tornam a alma nua
e nos fazem amar.
são os sorrisos
carregados de poesia
que reescrevem o rosto
assim em ti refém.
tua inocente glória
sem saber infame
saliva a memória
onde o gozo
de teu gosto me contém.
COPYRIGHT texto Renata Gabriel

mãe


se tu és caminho
sou todo pés
se tu és ventura
sou teu pão
se és mensura
sou intermédio
se és brandura
sou teu prédio
se tens as mãos postas sobre o ventre
que pulsa teu sangue no meu
sou vasto
sou vida
imensidão
COPYRIGHT texto Renata Gabriel

poeminha na areia

Poesia eterna até a próxima onda:
uma concha
uma casa
um amor
pra mim
pra você
pro mundo
na vida
.
.
.
(veio o mar e lavou-me as palavras)

COPYRIGHT texto Renata Gabriel

e então o tempo de onde eu sou
o tempo pra que sou
o tempo do que estou
no vento
é o tempo donde o medo voa
um medo que o vento ecoa
um vento que atordoa
o peito que ressoa
numa lástima
passagem bifurcada e tênue
entre o eu e o meu.









COPYRIGHT texto Renata Gabriel
COPYRIGHT foto Katty Cuel
eu sou muito
e os todos de mim
se concentram no nada
que sou.
sou todos
que são pausa
e são peso
e são pasto
e virgulam as poesias 
sem maltratá-las.
eu sou tudo
onde o todo habita
terra, sol e água.
COPYRIGHT texto Renata Gabriel



ainda doem as poesias desperdiçadas neste peito ardente
rolos de papéis perdidos sob a própria límpida lucidez que é quase infame
são manias e defeitos e percalços e despeitos
são momentos que não voltam e despenteiam a cabeleira do pensamento
são momentos.
ide ao mundo e volte
leve e traga este convite
aquele que não dirá sempre será o que deveria ter dito.
ide então
e lamente o véu perdido sobre o vão de lama
mas não volte sem a poesia que te emana
nesta casa onde nenhuma dor proclama
o que o peito arde em chamas em teu louvor e arte
ainda que desperdiçada
ainda que despedaçada
ainda que num jardim sem flor.
COPYRIGHT texto Renata Gabriel
a curva que leva à montanha te desnuda aos meus olhos ávidos
são três picos idênticos que te revelam
um a um
em sua nudez esplêndida e adormecida
cada um leva teu íntimo pro fundo de mim
vêm como bonança
como lembrança
esperança
de um novo porvir
em ti um venir a mim
com tua beleza magna
e tua certeza plácida
em meu coração lógico
sob a pele cara
de veias sub intactas pelos beijos teus
trazem essa clareza obscura que não me deixa parar de vagar sobre teus cabelos enrolados


















COPYRIGHT texto e foto Renata Gabriel
vem
diz pra mim
vem me dizer
o que você
tem pra dar
vem me colher
no jardim
de amar
vem me reter
no pensamento insano
nas retinas meras
no calor infame
das cortinas abertas
vem me falar alto
o que quer sentir
quando o explodir
vir se aproximar
vem
que sei ouvir
e sei falar
que sei mentir
e sei amar
que sei sorrir
e sei doar
vem
não deixe o porvir me levar

COPYRIGHT texto Renata Gabriel
COPYRIGHT foto Katty Cuel
o que tu és
senão o que não é dito
nas entrelinhas
das entre-safras
nas façanhas
não realizadas?
COPYRIGHT texto Renata Gabriel

quantas poesias desperdiçadas
quantas palavras não ditas
nomes não proferidos
quantos poetas mortos
e nenhum deles em mim faz
o que tu farias
se pudesses.
COPYRIGHT texto Renata Gabriel
Eu ando rindo à toa
e pensando no tempo que não pode parar.
Ando sentindo amores
e passando dores da proa ao mar.
Penso no vento que passa ermo
no medo que venta sereno
na lua que madruga adentro
no peito que renasce lento
e no sol que desmonta o ar.
Penso nos olhos da manhã de outubro.
Penso no tempo que passa sem passar.







COPYRIGHT texto e foto Renata Gabriel
chicletinho na mente
faz tudo ficar diferente
muda o prumo
sai do rente
traz um muro
com enfeite.
eita coisinha boa dos diabo!
COPYRIGHT texto Renata Gabriel


runner

run
vida
run
num barco sem volta
nem curva
celeiro sem runa
nem muda
run
surda
e só
sun
COPYRIGHT texto Renata Gabriel

o não lugar é onde não estou
onde não sou
é onde moram as palavras que me afogam
aquelas que não profiro
e me matam
bem devagarinho
COPYRIGHT texto Renata Gabriel