Ledo engano.
Um Anjo Perfumado avisa que não se despedirá ainda!
O site hospedeiro do blog não será extinto, como avisado. Um pequeno mal entendido nos fez estremecer por alguns segundos, mas logo foi esclarecido.
Melhor explicação encontrada para a confusão está no endereço:
http://www.elainegaspareto.com/2015/05/e-verdade-que-o-blogger-vai-acabar.html
Portanto, cá estamos e cá permaneceremos...
Quem sabe este desatino não alimenta inspiração para uma triunfante retomada?
Até a qualquer instante! Bjoks
Vim para dizer adeus...
Um Anjo Perfumado avisa que vem se despedir deste endereço, por motivos alheios à sua vontade. O Blogger vai ser extinto, sem um mais nem um menos, em total desrespeito aos seus clientes e parceiros. Nada podemos fazer senão um tal de backup e buscar um novo endereço que nos acolha com carinho sem perigo de extinção. Portanto, em breve, novo endereço será divulgado. Afinal, Um Anjo Perfumado não perecerá...
senão pelo amor.
mar mar mar
se te engolires inteiro
em escândalos de ansiedade
antes mesmo que o sol te deixe
te secaria em sal e saudade.
mas se tomares a ti mesmo
a gotas e contas
no mansinho de tuas ondas sagradas
poderás verter amores
e sorver os sabores
das cores des-molduradas.
em escândalos de ansiedade
antes mesmo que o sol te deixe
te secaria em sal e saudade.
mas se tomares a ti mesmo
a gotas e contas
no mansinho de tuas ondas sagradas
poderás verter amores
e sorver os sabores
das cores des-molduradas.
COPYRIGHT texto Renata Gabriel
quero dançar poesias justapostas
beijar palavras entrementes
cantar estrofes dissidentes
escrever à mão
com letra miúda e torta
sobre as linhas desta palma em brasa
a história da pequena morta
sob suma terra em pausa
toda comiseração
quero gritar nas esquinas
saltar esquadrias
quebrar as vitrinas
plantar confusão
com filho nos braços
sobre óleo e carvão
sacudir das entranhas
o ouro das minas
o sono das harpas
o cais da ilusão
beijar palavras entrementes
cantar estrofes dissidentes
escrever à mão
com letra miúda e torta
sobre as linhas desta palma em brasa
a história da pequena morta
sob suma terra em pausa
toda comiseração
quero gritar nas esquinas
saltar esquadrias
quebrar as vitrinas
plantar confusão
com filho nos braços
sobre óleo e carvão
sacudir das entranhas
o ouro das minas
o sono das harpas
o cais da ilusão
COPYRIGHT texto Renata Gabriel
Para hoje:
que toda essência seja derramada
que toda complacência seja emanada
que toda resistência seja emancipada
que toda advertência seja observada
que toda efervescência seja conquistada
que toda ausência seja eliminada
no mais
inadvertido é o que olha e não vê
amar é para os que tem coragem
que toda complacência seja emanada
que toda resistência seja emancipada
que toda advertência seja observada
que toda efervescência seja conquistada
que toda ausência seja eliminada
no mais
inadvertido é o que olha e não vê
amar é para os que tem coragem
COPYRIGHT texto Renata Gabriel
hoje mal consigo ser poesia.
o tempo que traduz memórias
se expande quase intacto
ante meu despertar.
que não é nada
e não diz nada
e não quer ser nada.
numa terra onde nada é tudo.
e o tudo, todo.
e o todo, muito.
e o muito, além.
dentro de mim, um raio de sol.
e só.
[apenas uma pequena homenagem a um imenso amor.]
o tempo que traduz memórias
se expande quase intacto
ante meu despertar.
que não é nada
e não diz nada
e não quer ser nada.
numa terra onde nada é tudo.
e o tudo, todo.
e o todo, muito.
e o muito, além.
dentro de mim, um raio de sol.
e só.
[apenas uma pequena homenagem a um imenso amor.]
COPYRIGHT texto Renata Gabriel
catavento
tua leveza passou por mim como um raio.
o minúsculo coração que mal cheguei a ouvir
me deteve num sopro de eternidade.
foi um pra sempre em mim
que não retornará,
mas deixará as marcas do tempo
no vento do meu palpitar.
o minúsculo coração que mal cheguei a ouvir
me deteve num sopro de eternidade.
foi um pra sempre em mim
que não retornará,
mas deixará as marcas do tempo
no vento do meu palpitar.
COPYRIGHT texto Renata Gabriel
COPYRIGHT foto Katty Cuel
porque teu nome é João
aqui em mim um presente
pedaço de um deus cego
habitante das terras não pisáveis
deixado num afã do querer
sob as costelas de Adão adormecido
que já não mais me pertence.
virá iluminado pelos sorrisos
dos deuses
e brilhará mundo afora
em mãos com a mãe ar
- aquela que sorri.
a fumaça se expande em círculos
como o tempo que a conduz
e traz de presente o menino
que reinará como luz.
pedaço de um deus cego
habitante das terras não pisáveis
deixado num afã do querer
sob as costelas de Adão adormecido
que já não mais me pertence.
virá iluminado pelos sorrisos
dos deuses
e brilhará mundo afora
em mãos com a mãe ar
- aquela que sorri.
a fumaça se expande em círculos
como o tempo que a conduz
e traz de presente o menino
que reinará como luz.
COPYRIGHT texto Renata Gabriel
JOGRAL de geladeira
eeeei
volta
sua alma declara amor
romance sempre loucura
cada desejo envolve profundo êxtase
nenhum mistério deixa cego
COPYRIGHT texto Renata Gabriel
aquele lugar
era cheio
sempre cheio
de um vazio manso
pronto a enobrecer
n'alma dum pássaro doce
um voo vadio
um pouso menino
um vindo divino
em flecha até mim
a vagar
por este ventre adormecido
e pronto
quente
como o pôr-do-sol
daquele outono
naquele lugar
onde todos os pores são sol
são só
são seus.
sempre cheio
de um vazio manso
pronto a enobrecer
n'alma dum pássaro doce
um voo vadio
um pouso menino
um vindo divino
em flecha até mim
a vagar
por este ventre adormecido
e pronto
quente
como o pôr-do-sol
daquele outono
naquele lugar
onde todos os pores são sol
são só
são seus.
COPYRIGHT texto Renata Gabriel
despedida
não
não posso mais poemar-me em ti
se a pele rugosa sob a qual agora te apresentas
aparenta a face de um réptil pronto em bote
não
não posso mais enamorar-me de ti
se a vasta cabeleira enluarada que cobria-te a tez
fez-me prisioneira de tua vaidade em vergalhada
jamais poderei debruçar-me sobre ti
se teu olhar antes translúcido mancha-se sob as turvas da mentira
a vazar meu gozo por entre milhas de girassóis em pântano
ainda assim
poderei amar-te
mergulhada na cegueira bélica do salto abismal
donde vive o amor
a reciprocidade
e a lembrança de que nada será novamente.
COPYRIGHT texto e foto Renata Gabriel
lua cheia
a luz da lua sobre mim me molha me banha me diz
sou deusa sou santa sou meretriz
me lava me beija me seduz
me leva e deixa sua luz...
revela sem querer partir:
acaba sempre mentindo quem muito precisa omitir!
sou deusa sou santa sou meretriz
me lava me beija me seduz
me leva e deixa sua luz...
revela sem querer partir:
acaba sempre mentindo quem muito precisa omitir!
COPYRIGHT texto Renata Gabriel
vai de reto!
pessoas em cores tardias
pessoas descoloridas
pessoas desbotadas
pessoas de pouca rima
pessoas empobrecidas
pessoas empoadas
pessoas de mal odor
pessoas empedrecidas
pessoas emboloradas
passam pessoas pobres de paz pela passagem de pedra
pairam perplexas por padrões pasteurizados em seu próprio perpétuo.
[de mim nada levam além da intenção de luz
e dedos entrelaçados em cruz]
pessoas de pouca rima
pessoas empobrecidas
pessoas empoadas
pessoas de mal odor
pessoas empedrecidas
pessoas emboloradas
passam pessoas pobres de paz pela passagem de pedra
pairam perplexas por padrões pasteurizados em seu próprio perpétuo.
[de mim nada levam além da intenção de luz
e dedos entrelaçados em cruz]
COPYRIGHT texto Renata Gabriel
insondável presente
sob doce lembrança
aqueles longos olhos
miram o passado
da voz de veludo
que do futuro aponta.
uns sobre os outros
corpos mesclados
de lama
se lambuzam.
e eu
nesta insignificância
permanecerei
presente de ausências
presente na ausência
insondavelmente presente
sob aqueles olhos
na mistura daqueles corpos
vitrais.
COPYRIGHT texto e foto Renata Gabriel
aqueles longos olhos
miram o passado
da voz de veludo
que do futuro aponta.
uns sobre os outros
corpos mesclados
de lama
se lambuzam.
e eu
nesta insignificância
permanecerei
presente de ausências
presente na ausência
insondavelmente presente
sob aqueles olhos
na mistura daqueles corpos
vitrais.
COPYRIGHT texto e foto Renata Gabriel
pelo todo inabalável
não mais cantarei a dor dos desamados
nem chorarei a prece dos infelizes
não importunarei o diabo
nem os anjos nas marquises.
ao perturbar a ordem
ou desacatar a lei
sigo caminho
no trilho invertido
desse coração em brasa.
irei sozinho
ainda perdido
às cegas
em santa explosão.
sem culpa
pecado
prece
ou perdão
cantarei as cantigas de roda, as cirandas, a bossa, o samba, o baião.
cantarei ao pé do ouvido partido daquele olhar sentido num longínquo escalão.
cantarei para os que desejam viver, para os que almejam vencer, para os desavisados.
cantarei até que rouca minha voz chegue ao profundo das almas
[das perdidas e das reencontradas]
arrastado pela inabalável certeza
firmemente determinada
diante da lei que me rege:
parte de ti sou eu, parte de mim é tua
e ninguém dentre os mundos poderá levar-nos deste milagre.
nem chorarei a prece dos infelizes
não importunarei o diabo
nem os anjos nas marquises.
ao perturbar a ordem
ou desacatar a lei
sigo caminho
no trilho invertido
desse coração em brasa.
irei sozinho
ainda perdido
às cegas
em santa explosão.
sem culpa
pecado
prece
ou perdão
cantarei as cantigas de roda, as cirandas, a bossa, o samba, o baião.
cantarei ao pé do ouvido partido daquele olhar sentido num longínquo escalão.
cantarei para os que desejam viver, para os que almejam vencer, para os desavisados.
cantarei até que rouca minha voz chegue ao profundo das almas
[das perdidas e das reencontradas]
arrastado pela inabalável certeza
firmemente determinada
diante da lei que me rege:
parte de ti sou eu, parte de mim é tua
e ninguém dentre os mundos poderá levar-nos deste milagre.
COPYRIGHT texto Renata Gabriel
- Prima, Vera chegou.
- Como? Se nem avisou!
- Saiu ontem de lá, disse que vinha, mas não sabia se ia ficar.
- Tem por sorte o caminho que veio traçar.
- Fala que sabe, mas sabe que nada serve falar.
- Entra de banda e de banda sai.
- Lamenta o verão que virá como chora o inverno que foi.
- Planta a semente do amor e depois diz que passou.
- Sei não... mas Prima Vera não anda batendo muito bem das bolas!
- Como? Se nem avisou!
- Saiu ontem de lá, disse que vinha, mas não sabia se ia ficar.
- Tem por sorte o caminho que veio traçar.
- Fala que sabe, mas sabe que nada serve falar.
- Entra de banda e de banda sai.
- Lamenta o verão que virá como chora o inverno que foi.
- Planta a semente do amor e depois diz que passou.
- Sei não... mas Prima Vera não anda batendo muito bem das bolas!
COPYRIGHT texto Renata Gabriel
numa intenção há um mundo
e se o grito que agita a liberdade
a estremecer os aprisionados
pudesse estilhaçar as vidraças
das mentes nubladas
ensurdecidas de sol e miragens?
e se a prece contínua e árdua
dos fortes de fé em si
pudesse escancarar os jardins
das sementes mal plantadas
e enluarar a calmaria dos mortos
sob a couraça dos cálidos
em doutrina e migalhas?
e se o tempo retumbante e mágico
que rege os tempos do agora e do nunca
pudesse reunir passos largos
sobre pés descalços de caminhos
e encorajar chorosos cantantes daninhos
a seguir adiante sorrindo
sem a dor dos maltratados maltrapilhos?
se o grito, a prece e o tempo
num só momento
fossem em si um só
seriam mais que intento
veriam pensamento
trariam argumento
pro sol, pro mar, pro vento
em audaz esperança
transbordarem de si em suor sem medo
e reluzir sorrisos sobre todos os arrependimentos do mundo.
a estremecer os aprisionados
pudesse estilhaçar as vidraças
das mentes nubladas
ensurdecidas de sol e miragens?
e se a prece contínua e árdua
dos fortes de fé em si
pudesse escancarar os jardins
das sementes mal plantadas
e enluarar a calmaria dos mortos
sob a couraça dos cálidos
em doutrina e migalhas?
e se o tempo retumbante e mágico
que rege os tempos do agora e do nunca
pudesse reunir passos largos
sobre pés descalços de caminhos
e encorajar chorosos cantantes daninhos
a seguir adiante sorrindo
sem a dor dos maltratados maltrapilhos?
se o grito, a prece e o tempo
num só momento
fossem em si um só
seriam mais que intento
veriam pensamento
trariam argumento
pro sol, pro mar, pro vento
em audaz esperança
transbordarem de si em suor sem medo
e reluzir sorrisos sobre todos os arrependimentos do mundo.
COPYRIGHT texto Renata Gabriel
Salomé em flor
sou a mulher sem véus
dos sete que me foram concebidos.
de que me vale tua cabeça em bandeja
se teu coração em flama arqueja
um sonífero palpitar?
das sete espadas cortantes em meu peito
sete delas me lampejam
em contínuo desejar.
os sete arcos que protegem
o palácio de teu reino
me fascinam, mas impedem
meu coração guerreiro
a teu domínio em desatino
suas flores entregar.
ainda assim, espero
por teu breve despertar
em sete laços
sete ventos
sete amores
tua bruma
em meu mar.
dos sete que me foram concebidos.
de que me vale tua cabeça em bandeja
se teu coração em flama arqueja
um sonífero palpitar?
das sete espadas cortantes em meu peito
sete delas me lampejam
em contínuo desejar.
os sete arcos que protegem
o palácio de teu reino
me fascinam, mas impedem
meu coração guerreiro
a teu domínio em desatino
suas flores entregar.
ainda assim, espero
por teu breve despertar
em sete laços
sete ventos
sete amores
tua bruma
em meu mar.
COPYRIGHT texto Renata Gabriel
olha
olha pra ela
olha bem pra ela
pra não mais esquecer
lembra-a suada sobre a telha quente do teu desejo (teu).
ela, sob aqueles sorridentes caninos alvos vorazes
[lembra como ela morde de leve e assopra, antes de sorrir?
pergunta que sorriso é aquele que não te permite olvidar?]
lembra da língua.
ah! a língua.
fecha os olhos
e deixa-te rever os movimentos que ela foi capaz de fazer
para persuadi-lo.(?)
e o sabor da carne?
a carne da boca e sua maleabilidade...
ainda sua lealdade assustadoramente generosa
de estar inteira
e estar presente
em ti.
sob ti.
dentro de ti.
lembra dessa boca?
olha pra ela
olha bem pra ela
pra não mais esquecer
lembra-a suada sobre a telha quente do teu desejo (teu).
ela, sob aqueles sorridentes caninos alvos vorazes
[lembra como ela morde de leve e assopra, antes de sorrir?
pergunta que sorriso é aquele que não te permite olvidar?]
lembra da língua.
ah! a língua.
fecha os olhos
e deixa-te rever os movimentos que ela foi capaz de fazer
para persuadi-lo.(?)
e o sabor da carne?
a carne da boca e sua maleabilidade...
ainda sua lealdade assustadoramente generosa
de estar inteira
e estar presente
em ti.
sob ti.
dentro de ti.
lembra dessa boca?
COPYRIGHT texto e foto Renata Gabriel
inefável
desejo desesperadamente
teu nu atirado no inviolável de mim
quero a plenitude desse incandescente inexprimível
o maior e mais forte abrigo
indecente indizível
aquilo que é
que será
mas não deve ser dito.
teu nu atirado no inviolável de mim
quero a plenitude desse incandescente inexprimível
o maior e mais forte abrigo
indecente indizível
aquilo que é
que será
mas não deve ser dito.
COPYRIGHT texto Renata Gabriel
FAZ
quanto a esperar
dessa vida maldita
que faz de mim colombina
ao beijar arlequim enluarado
e sonhar pierrot amado,
qu'inda faz de mim concubina
dum sol acordado à lua num querer fadado?
essa lua em sorriso à minha janela
faz dela
nua nua
num esperar tardio
assaz fugidio
sem pranto nem vela
que faz dela
dela sua.
COPYRIGHT texto Renata Gabriel
dessa vida maldita
que faz de mim colombina
ao beijar arlequim enluarado
e sonhar pierrot amado,
qu'inda faz de mim concubina
dum sol acordado à lua num querer fadado?
essa lua em sorriso à minha janela
faz dela
nua nua
num esperar tardio
assaz fugidio
sem pranto nem vela
que faz dela
dela sua.
COPYRIGHT texto Renata Gabriel
imagem em copyleft na web
olha-me.
olha-me assim,
através desta nudez escancarada
que jamais pôde fazer-te reconhecer em ti
cada repetição.
olha-me.
olha-me mais,
que as curvas pela estrada em rugas me causou
é a mesma que te revela espasmos lancinantes.
vê-me.
vê-me inteiro,
e vibra cada manhã ao lado meu
a crispar falidamente o falo de toda recordação.
percebe-me.
e ousa sair de teu próprio ciclo
ao abrir ao mundo teu medo, teu desejo,
teu sonho, teu coração.
olha-te.
vê-te.
percebe-te.
sou eu o teu pouso e o teu céu.
olha-me assim,
através desta nudez escancarada
que jamais pôde fazer-te reconhecer em ti
cada repetição.
olha-me.
olha-me mais,
que as curvas pela estrada em rugas me causou
é a mesma que te revela espasmos lancinantes.
vê-me.
vê-me inteiro,
e vibra cada manhã ao lado meu
a crispar falidamente o falo de toda recordação.
percebe-me.
e ousa sair de teu próprio ciclo
ao abrir ao mundo teu medo, teu desejo,
teu sonho, teu coração.
olha-te.
vê-te.
percebe-te.
sou eu o teu pouso e o teu céu.
COPYRIGHT texto Renata Gabriel
Sou daquelas!
Porque eu
tenho os braços grossos
das mulheres
que agarram
o mundo.
Porque não tenho
a meiguice
das moçoilas
desamparadas
das helenas
desperdiçadas
das prenhas abandonadas
das prenhas abandonadas
das esposas
de Maomé.
Porque eu tenho
os braços fortes
das mulheres
que sabem o que querem,
não daquelas
de coração frouxo
e miolo mole.
Sou daquelas
de dentes rijos
e sorriso
largo,
das que
mordem sem piedade
e beijam sem
economia.
Porque passo
perfume e pego na enxada,
e nos braços
de homem só durmo acordada.
Porque vejo
a vida como piada
e faço poesia
da minha estrada.
Passar batom
não é prioridade,
mas se tempo
houver,
escolherei o
vermelho.
Porque sou
daquelas.
E só por
isso.
COPYRIGHT texto Renata Gabriel
Hoje eu
quero morrer.
Porque
morrer é viver ao avesso.
Eu sou o
avesso das coisas mortas.
Daquelas
deitadas nas prateleiras empoeiradas
Sem por quê.
Eu sou o
avesso das coisas que não querem.
Sou o
contrário das falas que não pulsam.
Sou o
caminho cruzado do destino
Onde toda
beleza concedida
Não é capaz de despertar amor.
Palavra
morta
Avessa ao
tempo
Presa nesse
lábio de beijar
Para viver e
morrer avessa.
COPYRIGHT texto Renata Gabriel
pra que viver se não sou amada?
vivo o resto da minha juventude
e espero
espero o telefone tocar
espero notícias d'além mar
espero um mail teu
que confirme teu amor
que passa
como os desejos dos homens
por minha juventude
que passa
ser tocada
sem ser amada
é dor que não passa
enquanto espero
espero
espero
espero
e não passa
e espero
espero o telefone tocar
espero notícias d'além mar
espero um mail teu
que confirme teu amor
que passa
como os desejos dos homens
por minha juventude
que passa
ser tocada
sem ser amada
é dor que não passa
enquanto espero
espero
espero
espero
e não passa
COPYRIGHT texto Renata Gabriel
chuva do caju
o que fazer se sou verborrágica, prolixa e inconstante?
de que cor me vês senão pela transparência do meu olho de vidro?
chove caju sobre meu telhado
neste ano completo
de um outubro passado
piraoba da tantos maios
tantos bispos
e rosários
loucos bordados
no tempo da vida
que transmita aura
e transfere lida
porque 'louco é um vivo carregado por um morto'
e morta é a chuva que seca a esquina
de meus versos sem cor
sem calço, sem rima.
'um dia eu simplesmente apareci.'
de que cor me vês senão pela transparência do meu olho de vidro?
chove caju sobre meu telhado
neste ano completo
de um outubro passado
piraoba da tantos maios
tantos bispos
e rosários
loucos bordados
no tempo da vida
que transmita aura
e transfere lida
porque 'louco é um vivo carregado por um morto'
e morta é a chuva que seca a esquina
de meus versos sem cor
sem calço, sem rima.
'um dia eu simplesmente apareci.'
COPYRIGHT texto Renata Gabriel
Alusão à obra de Bispo do Rosário
quero beijar tua luz em mim
ainda que atravesse mares a nado
à correnteza de teus flames.
quero deixar teu calor enfim
para que enterres teu passado
n'água clara
ainda que em negrume enema
arranques de mim tuas sílabas
dissipadas.
quero tua cor aqui
viva e plácida
como o retorno inexorável
da borboleta morta
em teu ombro vívido.
quero tua boca escancarada
para que meus beijos
lúcidos penetrem tua alma lânguida
e corrompam tua insólita e insistente tentativa
de deixar-se à deriva ao afastar-se de mim.
ainda que atravesse mares a nado
à correnteza de teus flames.
quero deixar teu calor enfim
para que enterres teu passado
n'água clara
ainda que em negrume enema
arranques de mim tuas sílabas
dissipadas.
quero tua cor aqui
viva e plácida
como o retorno inexorável
da borboleta morta
em teu ombro vívido.
quero tua boca escancarada
para que meus beijos
lúcidos penetrem tua alma lânguida
e corrompam tua insólita e insistente tentativa
de deixar-se à deriva ao afastar-se de mim.
COPYRIGHT texto Renata Gabriel
teu olhar sobre mim me é tão caro
que cada centímetro de minha pele
palpita teu nome
e cada palmo do meu corpo vai além
do beijo teu em meu peito, raro.
e se vieres com D de amor
serei só tua
ainda que nos braços
de outro alguém.
pois a lembrança de teu cheiro
em minha boca
é esperança de um sonho
num amém.
que cada centímetro de minha pele
palpita teu nome
e cada palmo do meu corpo vai além
do beijo teu em meu peito, raro.
e se vieres com D de amor
serei só tua
ainda que nos braços
de outro alguém.
pois a lembrança de teu cheiro
em minha boca
é esperança de um sonho
num amém.
COPYRIGHT texto e foto Renata Gabriel
desculpe, mas deu rima.
sendo renata fui clara
quando paula era paula
e renata, clara.
quando renata sou paula
e clara, renata
percebo, apesar do todo
que a questão maior é:
o que vai acontecer quando renata partir?
COPYRIGHT texto Renata Gabriel
Bras(z)il
eu grito
me tomas.
meu grito
te tornas
vencido.
ouve
esse grito
pacífico.
atira
bandeiras
e flores.
nomeia
sem véu
teus amores.
torna esse grito
conciso.
faz desse mito
amigo.
rompa a bomba
audaz.
solte a pomba
da paz.
saia do seu umbigo.
me tomas.
meu grito
te tornas
vencido.
ouve
esse grito
pacífico.
atira
bandeiras
e flores.
nomeia
sem véu
teus amores.
torna esse grito
conciso.
faz desse mito
amigo.
rompa a bomba
audaz.
solte a pomba
da paz.
saia do seu umbigo.
COPYRIGHT texto Renata Gabriel
foto em copyleft na web (autor desconhecido)
do esperado inesperado
quantos sorrisos serão necessários
para esboçar meu canto
no teu canto doce
nesse sonho brando
desse beijo quente
que nem minha voz rouca
ou teu silêncio breve
poderão calar?
são os caminhos
que nos levam juntos
e nos moldam justos
nesse caminhar.
são os motivos
que me trazem tua
que lhe tornam a alma nua
e nos fazem amar.
são os sorrisos
carregados de poesia
que reescrevem o rosto
assim em ti refém.
tua inocente glória
sem saber infame
saliva a memória
onde o gozo
de teu gosto me contém.
para esboçar meu canto
no teu canto doce
nesse sonho brando
desse beijo quente
que nem minha voz rouca
ou teu silêncio breve
poderão calar?
são os caminhos
que nos levam juntos
e nos moldam justos
nesse caminhar.
são os motivos
que me trazem tua
que lhe tornam a alma nua
e nos fazem amar.
são os sorrisos
carregados de poesia
que reescrevem o rosto
assim em ti refém.
tua inocente glória
sem saber infame
saliva a memória
onde o gozo
de teu gosto me contém.
COPYRIGHT texto Renata Gabriel
mãe
se tu és
caminho
sou todo pés
se tu és
ventura
sou teu pão
se és
mensura
sou
intermédio
se és
brandura
sou teu
prédio
se tens as
mãos postas sobre o ventre
que pulsa teu sangue no meu
que pulsa teu sangue no meu
sou vasto
sou vida
imensidão
COPYRIGHT texto Renata Gabriel
poeminha na areia
Poesia eterna até a próxima onda:
uma concha
uma casa
um amor
pra mim
pra você
pro mundo
na vida
.
.
.
(veio o mar e lavou-me as palavras)
COPYRIGHT texto Renata Gabriel
ainda doem as poesias desperdiçadas neste peito ardente
rolos de papéis perdidos sob a própria límpida lucidez que é quase infame
são manias e defeitos e percalços e despeitos
são momentos que não voltam e despenteiam a cabeleira do pensamento
são momentos.
ide ao mundo e volte
leve e traga este convite
aquele que não dirá sempre será o que deveria ter dito.
ide então
e lamente o véu perdido sobre o vão de lama
mas não volte sem a poesia que te emana
nesta casa onde nenhuma dor proclama
o que o peito arde em chamas em teu louvor e arte
ainda que desperdiçada
ainda que despedaçada
ainda que num jardim sem flor.
rolos de papéis perdidos sob a própria límpida lucidez que é quase infame
são manias e defeitos e percalços e despeitos
são momentos que não voltam e despenteiam a cabeleira do pensamento
são momentos.
ide ao mundo e volte
leve e traga este convite
aquele que não dirá sempre será o que deveria ter dito.
ide então
e lamente o véu perdido sobre o vão de lama
mas não volte sem a poesia que te emana
nesta casa onde nenhuma dor proclama
o que o peito arde em chamas em teu louvor e arte
ainda que desperdiçada
ainda que despedaçada
ainda que num jardim sem flor.
COPYRIGHT texto Renata Gabriel
a curva que leva à montanha te desnuda aos meus olhos ávidos
são três picos idênticos que te revelam
um a um
em sua nudez esplêndida e adormecida
cada um leva teu íntimo pro fundo de mim
vêm como bonança
como lembrança
esperança
de um novo porvir
em ti um venir a mim
com tua beleza magna
e tua certeza plácida
em meu coração lógico
sob a pele cara
de veias sub intactas pelos beijos teus
trazem essa clareza obscura que não me deixa parar de vagar sobre teus cabelos enrolados
são três picos idênticos que te revelam
um a um
em sua nudez esplêndida e adormecida
cada um leva teu íntimo pro fundo de mim
vêm como bonança
como lembrança
esperança
de um novo porvir
em ti um venir a mim
com tua beleza magna
e tua certeza plácida
em meu coração lógico
sob a pele cara
de veias sub intactas pelos beijos teus
trazem essa clareza obscura que não me deixa parar de vagar sobre teus cabelos enrolados
COPYRIGHT texto e foto Renata Gabriel
vem
diz pra mim
vem me dizer
o que você
tem pra dar
vem me colher
no jardim
de amar
vem me reter
no pensamento insano
nas retinas meras
no calor infame
das cortinas abertas
vem me falar alto
o que quer sentir
quando o explodir
vir se aproximar
vem
que sei ouvir
e sei falar
que sei mentir
e sei amar
que sei sorrir
e sei doar
vem
não deixe o porvir me levar
diz pra mim
vem me dizer
o que você
tem pra dar
vem me colher
no jardim
de amar
vem me reter
no pensamento insano
nas retinas meras
no calor infame
das cortinas abertas
vem me falar alto
o que quer sentir
quando o explodir
vir se aproximar
vem
que sei ouvir
e sei falar
que sei mentir
e sei amar
que sei sorrir
e sei doar
vem
não deixe o porvir me levar
COPYRIGHT texto Renata Gabriel
COPYRIGHT foto Katty Cuel
Eu ando
rindo à toa
COPYRIGHT texto e foto Renata Gabriel
e pensando
no tempo que não pode parar.
Ando sentindo
amores
e passando
dores da proa ao mar.
Penso no
vento que passa ermo
no medo que
venta sereno
na lua que
madruga adentro
no peito que
renasce lento
e no sol que
desmonta o ar.
Penso nos
olhos da manhã de outubro.
Penso no
tempo que passa sem passar.
COPYRIGHT texto e foto Renata Gabriel
runner
run
vida
run
num barco sem volta
nem curva
celeiro sem runa
nem muda
run
surda
e só
sun
COPYRIGHT texto Renata Gabriel
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